De todas do Hoshigaki, eu provavelmente... não, de todos também, eu era a mais alta. Qualquer membro do clã pareceria uma sardinha ao meu lado. Eu também era a mais perspicaz e ávida em informações e cálculos, muito provavelmente uma das mais brilhantes dentro da vila, frente a frente com membros de clãs ilusórios e de doujutsu - muitas vezes eram ambos. As três artes ninjas eram por mim dominadas quase que perfeitamente: genjutsu era meu pai, ninjutsu minha mãe, e taijutsu meu irmão.
Nota que nada disso envolve vasculhar barcos vazios em busca de algo que já não existe há uma década, certo? Me manter viagiada é o foco deles. Hahaha, tolinhos!
Eu apenas fui ao fundo de um barco, olhei para um lado, para o outro, bati os pés na madeira, e então voltei para esperar o outro. Não havia necessidade daquilo, e se explodisse não faria diferença nenhuma também pela profundidade. Se Iwa um dia voltasse a existir, eu dizimaria novamente sua raça nojenta se fosse necessário para mandar uma mensagem de bom dia.
Yukimura tomou seu tempo enquanto eu fiquei atenta para seu retorno. Ao ver a figura, mirei a superfície e saltei para fora. Nenhuma resposta verbal precisou vir, e a saudação para a Mizukage foi acompanhada de um singelo não com a cabeça. O movimento foi lento, sentindo cada uma de minhas vértebras funcionando para arquear um pouco mais que o comum para demonstrar um respeito que não era tão real assim. Ainda assim, com toda a pompa de uma atuação, o sorriso surgiu pelos cantos vazios e brancos daquela tubaroa quando a líder mencionou que imaginava não ter nada ali.
Quem diria, não é mesmo?
Antes mesmo que eu pudesse palpar a noção de liberdade com a ideia de que estaria na defesa de Kiri enquanto a Mizukage estava fora, a querida indicou que eu seria a conveniente guarda-costas dela. Desta vez a questão de ser vigiada era tão repetida que sequer senti o baque, continuando a expressão sorridente de antes sem vacilar - permitindo que ficasse macabra e de intenção dúbia.
Mizukage-sama... a senhora me machuca assim. Sequer lembra de meu nome? Provoqui pela diferença de tratamento que ambos os Hoshigaki tiveram naquele pequeno espaço de tempo. Yukimura-kun, foi um prazer trabalhar com você. Cumprimentei, saltando para o lado da mulher e fazendo uma sombra em sua direção, seja lá onde o referencial de luz estivesse.
Vamos, Mizukage-sama. Indiquei minha prontidão, esperando o movimento da mulher para acompanhá-la.
Era hora de me divertir.