Quando tudo começou de verdade, partimos em direção ao grande portão principal da vila da folha.

Éramos liderados pela grande Hokage e, meus olhos se enchiam de esperança: tela ao nosso lado, era vitória garantida. Pensei, tolamente. De cara com os inimigos, fomos surpreendidos por uma tática ardilosa e cruel: o uso de um jutsu em larga escala, onde seu início fora um estrondo ensurdecedor. Não pude fazer nada, a não ser manter-me em pé com alguma dificuldade, além de tapar os ouvidos. Observei um grupo de shinobis revidarem e, fechei os olhos temendo o pior. Meu pai estava próximo a mim e, somente isso me fizera manter-me em meio aquela guerra.

Quando tudo, abruptamente chegou ao fim, retirei vagarosamente as mãos de meus ouvidos. Olhei ao meu redor e, percebi algo assustador: grande parte da vila havia tornado-se apenas escombros. Minha mente esvaziou-se. Fosse de uma falsa esperança na sombra da folha, ou simplesmente do que de fato, deveria fazer. Havia apenas um foco, um grande foco:

— Sa..to? — Meus olhos se encheram de lágrimas: meu irmão havia sido deixado junto a uma família de civis. Nenhum deles eram shinobis e, por consequência, não poderiam se defender da destruição em longa escala. Hiper ventilei, senti meu peito apertar e, quase recuei, virando o corpo para o lado contrário.

Só havia uma decisão a se tomar: desistir daquela guerra que nem minha era e, ir atrás de meu irmão. Tentar acha-lo e, se fosse rápido, leva-lo em segurança para algum outro lugar. Mas, era o correto? Meu pai parecia ter percebido e, agarrou-me pelo ombro. Sua mão pesada me impedia de perseguir aquela decisão e, pousei meus olhos sobre o dele. Suas feições estavam duras, sérias. Não havia sorriso, medo ou qualquer outro tipo de sentimentalização. Mas, mesmo assim, no fundo eu sabia que ele também passava pela mesma situação interna.

E, talvez, soubesse que não adiantaria de nada retornarmos.

— Mantenha sua missão, Mitsuya — Sua voz era autoritaria. Ele não falava como pai, mas como um superior.
— Você é um ninja. Aja como tal — Palavras simples, mas que ecoaram em todas as memórias que tinha junto a ele, afinal, ele sempre era daquele jeito. Colocava sua vida, como ninja, a frente de todas as outra e, seus poucos ensinamentos, deixavam claro que um desertor ou desistente, eram piores do que lixo. Engoli a seco observando seu olhar de repúdio as minhas lágrimas. Sequei-as enquanto ele retirava sua mão de meu corpo e, virei novamente para o objetivo a minha frente.

Grupos foram montados. Agora, estava sozinho e longe do restante da minha família. Fui designado ao grupo 2, em conjunto a outros ninjas e, deveria ir frente ao combate. Eu conseguiria fazer aquilo? Não... Eu devia fazer. Era minha responsabilidade. E, quanto antes conseguissemos colocar os invasores para fora, poderia retornar a Sato.

Aparentemente, um dos membros do grupo que ajudariam os civis soterrados seria meu pai e, isso conseguiu me acalmar um pouco mais. Haviam muitas coisas que ele era, mas nunca abandonaria ninguém que tinha algum tipo de laço sanguíneo e amor. Era assim que ele era. Respirei fundo em conjunto ao grupo, onde me mantive calado por um belo tempo. Olhava para trás periodicamente e, no instante em que ouvi a voz de um dos membros, tratei de respondê-lo com a voz trêmula.

— Eu sou do tipo rastreador, senhor — O respondi, respeitosamente. Ouvi suas instruções e entendi plenamente a situação que estávamos. Contra três homens que não sabíamos em nada seus poderes, ter meios de fuga e cerca-los era o mais eficiente. Abaixei-me, sentando e, com os selos de mão realizados um após o outro, utilizei de um jutsu específico, ensinado a mim, por familiares.

— Cubram-me, por favor. Saidai Rīchi — Sussurrei. Era um jutsu que necessitava de muita atenção e, tratei de fazê-lo da maneira correta. Queria ser útil de alguma forma, mesmo que apenas dando informações para os mais capacitados. Não prestaria muita atenção no desenrolar da batalha, mas, perceberia o uso de música. Era um jutsu de temática que nunca havia presenciado e, nem sabia que era possível e, embora não pudesse dar atenção naquele instante, pude perceber que o rapaz era bem habilidoso com a arte.

Sugoi

Informações:

Kanchi:

Concentrei-me e pude perceber a quantidade esmagadora de inimigos e aliados: eram muitos.

Mas a informação que todos queriam, estava na ponta da lingua e, felizmente, por aquele instante estávamos parelhos com a quantidade de inimigos. Mesmo que estes fossem extremamente superiores a nós, havíamos adquirido uma chance graças a Shinjiro, o rapaz da flauta. Aparentemente ele utilizava Genjutsu e, conseguiu devido a falta de informação alheia, pega-los na ilusão auditiva.

— São somente os três próximos de nós, Senhor — Afirmei. E, enquanto ouvia suas próximas instruções, foquei no alvo citado. Se aquele era o mais poderoso entre os três e, detê-lo, pudesse significar a vitória, era o mais viável tentar paralisa-lo o quanto antes e, aproveitar totalmente a chance que ganhamos. — Eu posso paralisa-lo, vou para o ataque — Engoli a seco. Ainda tinha medo, é claro. Afinal, desde quando fazia aquele tipo de coisa?

Todo o meu ser tremia. Responsabilidade: aquilo significava ser um ninja e, mais, deveria fazer qualquer coisa para proteger aqueles quem eu amo: Proteger Sato. Avancei, respirando fundo. Aos poucos minha velocidade chegou ao seu limite e, quando próximo o suficiente, começaria a controlar parte de meu chakra. Amassava-o e condensava-o, expelindo este a partir de meu braço. O transformaria, a partir daí, em chamas afiando-as, visando acertar aquela espécie de lança diretamente no inimigo, onde em sequência, usaria sua principal característica para tentar paralisar o inimigo. Me aproximei, enquanto o mantinha preso e, combinando um ataque, usaria sua mão esquerda para condensar chakra de forma rotativa.

Aquele era meu primeiro: — Rasengan! — Em batalha! A esfera espiral iria de encontro ao torso do inimigo, visando incapacita-lo o quanto antes.

Informações:

Ataque: